sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Se Jesus usasse PowerPoint, 

não teria discípulos

Não se contam histórias emocionantes com ele.

Power Point com Carteirinha

Por Cláudio de Moura Castro - Revista Veja 11/08/2010

PowerPoint era o invento que faltava. Permite projetar na parede o que antes era colocado em garranchos escritos no quadro-negro. Fim do pó de giz. Fim da perda de tempo esperando o professor escrever. Viva o império das cores, dos desenhos elegantes, dos sons, dos hipertextos (com YouTube e animações). Fim das falhas de memória, pois, uma vez benfeito, dura para sempre. Mas, se necessário, corrigimos em segundos. Para a sucata o retroprojetor, que precisava de ajudante para passar seus acetatos caros, que não aceitavam correções, que caíam no chão e se misturavam. Só que, na prática, costuma ser um desastre. Cruzes! Lá vem umPowerPoint chatíssimo! Mas no escurinho, indecisa entre ouvir e ler, a prateia cochila. Aliás, está proibido em cada vez mais empresas e no Exército americano falar-se de "morte por PowerPoint". Os erros se repetem, começando com o congestionamento visual. Cores demais, borboletas, plin-plins, acordes dramáticos, desenhos de mau gosto, pletora de caracteres tipográficos conflitantes, informações periféricas à aula, logotipos e outros balangandãs. Depois vem o excesso de informações e de slides, sobrecarregados com textos intermináveis. Culmina com o erro fatal: o texto lido! Como lemos cinco vezes mais rápido do que o professor fala, passamos à sua frente. Ou seja, o pobre professor levou para a aula um concorrente que tomou a sua cena, pois já lemos o texto e não escutamos mais o que ele diz.

Há uma regra clássica: se alguém que não assistiu à aula recebe o PowerPoint e o entende, está errado por excesso. Os slides terão arruinado a aula, arrancando-a do professor e deixando desgovernada a atenção da plateia, Aliás, se é para ler, o que faz lá o conferencista? O texto dos slides deve ser apenas um recurso mnemônico, para fixar os conceitos mencionados e para criar a arquitetura mental das principais ideias. Que fique claro: o PowerPoint não substitui nem o professor nem as leituras. O que ele substirui é o quadro-negro! Ele é um resumo e, bem sabemos; não se aprende em resumos. Serve para fixar na memória as grandes ideias. Para aprender, precisamos dos exemplos e dos detalhes.

PowerPoint é maravilhoso, se for bem usado. Visualmente, precisa ser de extrema simplicidade. Se a figura não vale mil palavras, lixo com ela. Já se disse, quem vê Steve Jobs e Bill Gates usá-lo aprende tudo de que precisa. Imitemos o supremo despojamento de Jobs e seremos bem-sucedidos. Imitemos Gates e afundaremos na barafunda visual.

Se Jesus usasse PowerPoint, não teria discípulos, pois histórias, parábolas, contos e narrativas são enredos na contramão das listas mostradas nos slides. Não se contam histórias emocionantes com ele. É impossível narrar uma aventura comPowerPoint (vá lá projetar o mapa). A sua lógica é a enumeração, e nem tudo pode ser transformado em uma lista. Para deduzir um teorema, mostrar uma lei da física ou fazer conexões lógicas, precisamos recorrer a gráficos ou a outra lógica de apresentação, fugindo dos "marcadores" (bullets) enfiados goela abaixo dos usuários.

Para quem quer encontrar o bom caminho do PowerPoint, o livro Presentation Zen é a redenção. O autor nos lembra que nosso cérebro tem um hemisfério esquerdo, que cuida da razão, e um direito, encarregado das emoções, das evocações. Uma boa aula ativa na plateia os dois hemisférios: inspira o direito e explica ao esquerdo. E com qual hemisfério o PowerPoint vai se comunicar? Se falar ao esquerdo, da razão, vai competir com as palavras do professor. E o desastre anunciado. Nele, as poucas palavras são para reter na memória as idéias ouvidas, não para lançá-Ias. Portanto, sua missão deve ser evocar, inspirar, infiltrar sentimentos. Daí a importância da escolha judiciosa das imagens. Melhor que sejam fotografias (abundantes no Google Images), e que se fuja, como o diabo da cruz, da Clip-art e dos desenhos humorísticos.

Diante disso tudo, só resta uma solução: exigir carteira de habilitação para usarPowerPoint. Vamos à autoescola e tiramos carteira, para reduzir o risco de atropelar uma velhinha na primeira esquina. Então, carteira para usar PowerPoint, para evitar que barbeiragens ponham a perder o potencial educativo de um recurso tão extraordinário, mas que pode ser usado também para confundir a plateia e mentir.

Fonte: http://www.methodus.com.br/_ambiente_aula/methodus/artigos/detalhes.asp?ID=536 acesso em 17/12/2010

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Natal, o que é isso?


Todos os anos, por volta de novembro, as comemorações para o Natal já vão tomando forma, as ruas vão sendo iluminadas de forma especial, as casas e prédios são enfeitados, árvores decoradas são montadas e as pessoas começam a se preparar para as comemorações desta que é a maior festa do ano.
Milhões de pessoas comemoram o Natal e mesmo aquelas que não o comemoram são contaminadas por ele. Mas, afinal o que é realmente o Natal?

Imagine se as ruas não fossem enfeitadas, o Natal ainda continuaria a existir. E se o governo baixasse uma lei que nos proibisse de enfeitarmos nossas casas, o Natal ainda poderia ser comemorado. Imagine se todos os entregadores de árvores fizessem greve neste período e ninguém pudesse enfeitar uma árvore sequer, da mesma forma o Natal estaria aí e poderíamos comemorá-lo. Imagine se os presentes não fossem trocados, porque ninguém conseguiu comprar, o que aconteceria?


Podemos imaginar muitas coisas para a descaracterização do Natal, e alguns podem pensar que por isso o Natal foi deixado de lado. "E agora! O que faremos?" – poderiam perguntar. Mas a boa notícia é que mesmo que se tudo isso acontecesse, teríamos o Natal e poderíamos comemorá-lo.


O Natal é um presente de Deus para a humanidade. Um presente muitas vezes esquecido, mas um presente que ainda está aí, presente. Não importa o que aconteça, o Natal sempre existirá porque foi Deus na sua iniciativa que veio até nós para nos apresentar seu presente. Mas nós, por muito tempo temos rejeitado o presente de Deus. Rejeitamos quando comemoramos o Natal com comida, bebida, presentes, árvores e não nos lembramos de que o Deus encarnado, Jesus, veio até nós para oferecer o seu presente para cada um, ainda que muitos o tenham rejeitado: o presente da vida eterna.


Por isso comemore o Natal com alegria e festa, mas não se esqueça que o presente da vida eterna que Deus oferece a cada um de nós é o que faz com que o Natal realmente possa ser verdadeiro e uma grande alegria. Natal sem Jesus não é Natal!

Escrito em 08/12/2004. Publicado resumo no Boletim da IPI do Ipiranga em 12/12/2010 www.ipidoipiranga.org.br